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Alimentação saudável e criativa para crianças, receita super divertida

11 março 2015

Por Clara Senra


Quem disse que brincar com comida é errado? Transformar o prato do seu filho em arte pode ser além de divertido um grande estímulo para a criançada comer bem. 



  
A arte de esculpir frutas e legumes começou na China há mais de 2.000 anos para decorar placas e eventos. Na Tailândia, esta arte foi trazida pela China em 1364, quando uma princesa decorou uma lâmpada flutuante, usada em uma cerimônia tradicional, com figuras esculpidas em frutas e vegetais.

Desde então, existe uma diferença entre a China e a Tailândia em esculpir frutas e legumes: os chineses fazem figuras e imagens alegóricas de suas histórias e lendas, enquanto os tailandeses fazem mais flores e decorações principalmente. Consequentemente, hoje esta arte se transformou em um das artes oficiais, como a pintura, a música, e a dança.

Com base nesta breve história, fundamental para a gastronomia, vamos ver se é mito ou verdade, se as crianças comem melhor quando os legumes, verduras e frutas são montados em seus pratos em forma de desenhos, animais e bichinhos usando somente a criatividade e a imaginação.

É um dilema diário para os pais fazerem com que os seus filhos se alimentem corretamente. Muitos optam pela velha e boa chantagem para que os filhos comam mais algumas colheradas. Ameaças para as meninas, do tipo: “se você não comer a salada, seu cabelo não vai crescer e ficar lindo”. Para os meninos, é comum dizerem: “se você não comer a salada vai ficar sem vídeo game por um mês”. Os pais até acham que essa tática funciona mas, na verdade, são teorias pouco eficazes e acabam gerando um estresse desnecessário entre os adultos e as crianças, fazendo com que elas tenham aversão a determinados alimentos. O melhor é apostar em algo novo e criativo para estimular o seu filho a ter uma vida mais feliz e saudável.

Raquel Hermont, Pedagoga formada desde 2003, nos revela pontos importantes sobre a importância de estimular a criança na hora das refeições usando apenas a criatividade.
Raquel nos conta que tudo que uma criança aprende é pelo estímulo, e com a alimentação não é diferente. A criança gosta do lúdico, da fantasia, então, apostar nesses requisitos de decorar os pratos com desenhos, com certeza vai funcionar para a melhora da alimentação do seu filho.
O importante na visão da pedagoga é chamar a atenção, seja nos formatos, nas cores ou até mesmo na hora de contar histórias. “Faço isso muito com minha filha, isso ajuda a quem não tem tempo de decorar o prato com desenhos e formatos; eu falo com ela que a cenourinha, por exemplo, é a princesa e o castelo é a boquinha dela, e por aí vai, é só os pais terem imaginação e criatividade” relata Raquel.
Raquel também comenta que hoje em dia é muito comum as escolas terem o dia da culinária com as crianças. Isso ajuda bastante o psicológico da criança a associar os alimentos a algo divertido, elas aprendem de onde os alimentos vêm, aprendem a fazer os seus próprios lanchinhos e isso ajuda muito no desenvolvimento infantil.

Enfim, na visão da pedagogia, para estimular a criança é só usar a imaginação, entrar literalmente no mundo infantil, tornando suas refeições não em algo chato e obrigatório, e sim algo divertido.

Mas, e na visão da psicologia? Entrevistei a Psicóloga Clarice Ribeiro, formada pela Universidade Federal de Minas Gerais-UFMG desde 1985 e especialista em Psicoterapia Ericksoniana pelo Instituto Milton Erickson de BH. Com experiência em atendimentos psicoterápicos, psicodiagnóstico, orientação de pais e orientação profissional, Clarice hoje atua na Clínica Acompanhar, especializada em crianças e adolescentes.
A especialista revela que criar e montar pratos decorados com alimentos saudáveis, como legumes e frutas, pode ajudar as crianças a desenvolverem uma relação positiva com a comida, uma vez que fogem da monotonia e da mesmice.

Pratos coloridos e que imitam formas (bichinhos, carinhas, joguinhos), tendem a ser vistos como uma brincadeira. Essa maneira divertida e lúdica de apresentar os alimentos à criança pequena, cria a novidade e com ela a vontade de experimentar coisas novas. Crianças tendem a se manter atraídas e focadas diante do novo, como que querendo descobrir tudo o que uma nova experiência pode lhes trazer em sensações e prazeres, mas devemos também nos preocupar com outros fatores. “É bom ter atenção em alguns pontos. Associado à apresentação do prato, deve-se também ter o cuidado no preparo, para que as refeições sejam saborosas, para não criar resistências em função de sabores inadequados ao paladar infantil.

A apresentação visual, colorida e divertida, estimula o comportamento e a vontade da criança de experimentar novos alimentos, mas a atitude de continuar a comer esses alimentos saudáveis está também atrelada a outros fatores como sabores, horários, ambiente tranquilo e organizado na hora das refeições, incentivos como elogios quando come bem e pais (ou responsáveis, cuidadores) que também se alimentam de modo saudável, uma vez que crianças agem muito por imitação”, revela Clarice.

Vimos na opinião da psicóloga dois pontos muito importantes: aprendemos que a decoração estimula sim a criatividade na hora da execução do prato de uma criança, mas ela nos explica também que temos que tomar cuidado para não criar resistência em função dos sabores. “É sempre bom fazer com que as crianças continuem a comer aqueles determinados alimentos”, completa.

E qual é a visão de um chef de cozinha? Conversamos com Carlos Pita, chef há mais de 20 anos e autor de três livros sobre gastronomia.  Hoje ele atua como Personal Cook e Consultor Gastronômico.

Carlos Pita conta que, quando se trata de estimular a alimentação das crianças, toda tentativa é valida, e o fundamental é que as decorações dos pratos sejam feitas com ingredientes que de fato são importantes na alimentação dos pequenos.
As crianças, assim como os adultos, aguçam o desejo da alimentação primeiramente pelo sentido da visão. Elas comem com os olhos. Ter um prato bem elaborado sempre é uma vantagem na hora da refeição, oferecer um prato decorado sempre estimula uma criança, mas não se pode negar que o risco dela optar por não desmanchar a decoração existe, mesmo que em proporções menores e para crianças com idade entre 3 e 5 anos.

“Alimentar bem e ainda se divertindo sempre foi uma opção válida. Quem não se lembra dos aviõezinhos da mãe, da vovó ou mesmo da titia, quando diziam: OLHA O AVIÃOZINHO!!!!!! E a comida vinha direto em nossas bocas.”

Então, papais e mamães aprenderam tudo direitinho? Que tal agora aprender uma deliciosa e criativa receita e colocar a questão em prática?
E uma dica muito importante: leve o seu filho para fazer a receita com você, pois, como vimos na matéria, isso estimula ainda mais as crianças na hora de aceitar uma nova refeição.



Sanduíche Saudável de Coruja

Ingredientes:
Pão de forma;
Pepino;
Cenoura;
Azeitona preta;
Ovo cozido;
Queijo magro fatiado.

Montagem:

Coloque o queijo no pão e corte o ovo ao meio fazer os olhos da coruja. Corte a azeitona em rodelas e coloque duas sobre as metades dos ovos, e outra rodela cortada na metade para fazer os pezinhos. Corte tirinhas de cenoura e um triângulo para as penas e o bico. Corte uma rodela de pepino ao meio e coloque como se fossem asas.
Foto: evgenyatamanenko/iStock



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